Bolsonaro confirma prorrogação do auxílio emergencial em 2021
Suspenso desde dezembro de 2020, o pagamento do auxílio emergencial terá uma prorrogação, de acordo com novas informações do presidente Jair Bolsonaro, que admitiu a volta do benefício - com tom de precaução, devido ao impacto econômico nos cofres da União.
"Acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de 600 reais e quatro meses de 300. O endividamento chegou na casa dos 300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal”, disse Bolsonaro em uma entrevista à Band TV. Ele ainda sugeriu que a volta do auxílio pode gerar uma desconfiança do mercado, aumentar o valor do dólar e impactar no preço do combustível.
“Se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar, passa para R$ 6, vai impactar no preço do combustível. Fica uma bola de neve”, insistiu o presidente.
Isso mostra que, apesar de confirmar a volta do auxílio, Bolsonaro não deixa de impor suas condições de "responsabilidade" com os gastos, sugerindo uma redução dos valores e seguindo as teorias quadradas de Guedes em relação aos cofres públicos. Anteriormente, o presidente da república afirmou que a retomada do benefício.
Afastamento de discursos prejudiciais à campanha de 2022
Bolsonaro pretende ser reeleito em 2022, mas para que ele tenha a mínima chance, será necessário abandonar discursos extremos que atendem apenas a um nicho específico de apoiadores. Aceitar a prorrogação do auxílio emergencial faz parte de uma das medidas discutidas entre o presidente, assessores e ministros, para que as alianças se fortaleçam sem a necessidade de grandes confrontos, como aconteceu anteriormente.
Agora, Bolsonaro ensaia uma união estável com o Centrão e planeja chegar blindado das maiores polêmicas até as eleições presidenciais, sobretudo em relação à pandemia de Covid-19. Não será de se estranhar que nas próximas semanas o presidente deixe de clamar pelos chamados "tratamentos precoces" contra a doença, já que até ele defendeu o uso da vacina nesta semana.
A história da "gripezinha" saiu de seus discursos, as críticas infundadas à vacina também deixaram o palco, enquanto os recém-eleitos presidentes da Câmara e Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, respectivamente, instalam suas raízes no Congresso e levam o apoio de Bolsonaro como garantia de círculos fechados poderosos nos anos seguintes.