'Emily em Paris' comprou indicação ao Globo de Ouro com presentes de luxo, diz relatório

A Paramount, produtora original da série, teria levado jurados a uma viagem de luxo com hospedagem em hotel cinco estrelas
A Paramount, produtora original da série, teria levado jurados a uma viagem de luxo com hospedagem em hotel cinco estrelas
Marcos Henderson
Por Marcos Henderson

Os produtores da série "Emily em Paris" levaram mais de 30 jurados do Globo de Ouro à França para uma visita de luxo ao set do programa, de acordo com um novo relatório investigativo do Los Angeles Times. 

O documento investiga o que o jornal descreveu como alegações de "conflitos éticos" e uma "cultura de corrupção" dentro da Hollywood Foreign Press Association (HFPA), a organização que dirige o Globo de Ouro.

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A investigação concentra-se amplamente na validade das indicações ao Globo de Ouro, que muitas vezes se revelaram controversas. O relatório afirma que existe uma crença generalizada em Hollywood de que os eleitores da premiação podem ser "enganados e influenciados com atenção especial e acesso a estrelas da lista A" antes de detalhar uma viagem de luxo a Paris que a Paramount Network - os produtores originais de "Emily em Paris" - concedeu a mais de 30 membros do HFPA.

A viagem incluiu "uma estadia de duas noites no hotel cinco estrelas Peninsula Paris, onde os quartos custam atualmente cerca de US$ 1.400 por noite, uma entrevista coletiva e almoço no Musée des Arts Forains, um museu particular cheio de atrações que datam de 1850 onde a série estava sendo filmada", diz o relatório.

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Um membro não identificado da HFPA que participou da viagem disse ao LA Times que os produtores do programa os trataram como "reis e rainhas" durante seu tempo na França.

"Emily em Paris" foi adquirida da Paramount pela Netflix e estreou na rede de streaming no ano passado. A série segue uma jovem americana que assume um cargo importante em uma empresa de marketing em Paris. Apesar da crítica negativa generalizada, que inclui revolta dos franceses em relação aos estereótipos inseridos na trama, o programa recebeu duas indicação ao Globo de Ouro, incluindo Melhor Comédia de TV. 

As indicações chocaram muitas pessoas, até mesmo fãs e membros da indústria, como Deborah Copaken, que é redatora do programa e escreveu um artigo de opinião para o The Guardian no qual admitiu estar "surpresa" por "Emily em Paris" ter recebido duas indicações, enquanto o aclamado drama "I May Destroy You", de Michaela Coel, foi completamente desprezado. “O fato de 'I May Destroy You' não ter recebido um aceno ao Globo de Ouro não é apenas errado, é o que há de errado com tudo”, escreveu Copaken.

Em novembro, um tribunal decidiu contra a jornalista de entretenimento norueguesa Kjersti Flaa, que entrou com uma ação contra a HFPA depois que ela teve sua admissão negada à organização. Em seu processo, Flaa disse que o HFPA é administrado como um cartel e intencionalmente sufoca a competição por seus membros.

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Marcos Henderson
Marcos HendersonPublicitário, músico e, aqui, escrevo sobre o que as diferentes culturas têm a nos dizer. Como artista, celebro a força da arte e conto histórias do entretenimento. Twitter: @marhoscenderson
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