Em coletiva, Lula condena a Lava Jato, o governo Bolsonaro e alfineta Ciro Gomes
Durante pronunciamento na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, no ABC, o ex-presidente Lula comentou a recente decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin pela decisão de anular suas sentenças em processos na Lava Jato, e criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19, além de levantar questionamentos preocupantes sobre a conduta geral do governo brasileiro.
"Anteontem, foi um dia gratificante. Eu sou agradecido ao ministro Fachin porque ele cumpriu uma coisa que a gente reivindicava desde 2016. A decisão que ele tomou tardiamente, 5 anos depois, ela foi colocada por nós desde 2016. A gente cansou de dizer, a inclusão do Lula e a inclusão da Petrobras na vida do Lula como criminoso era a razão pela qual a quadrilha de procuradores da Lava Jato, não o Ministério Público, a quadrilha de procuradores da força-tarefa e o Moro entendeu que a única forma de me pegar era me levar para a Lava Jato, porque eu já tinha sido liberado em vários outros processos fora da Lava Jato, mas eles tinham uma obsessão porque eles queriam criar um partido político", disse Lula.
Ele repetiu críticas a Sergio Moro e chegou a dizer que o ex-ministro, junto a Dallagnol, devem estar sofrendo "muito mais do que eu sofri", pois eles teriam cometido um grande erro. Em outro momento, Lula voltou a criticar duramente o governo Bolsonaro:
“Esse país está totalmente desordenado e desagregado porque não tem governo. Vou repetir: esse país não tem governo, esse país não cuida da economia, esse país não cuida do emprego, do salário, da saúde, do meio ambiente, da educação, do jovem, da meninada da periferia. Ou seja, do que eles cuidam?”
Lula também disparou duras críticas ao constante aumento no preço do combustível, citando que o Brasil não é um importador da matéria-prima, e sim exportador, o que transforma a política de alinhamento com os preços internacionais em uma alternativa ilógica.
Em resposta a uma das perguntas da imprensa, Lula foi questionado sobre uma frase de Ciro Gomes em que ele diz que não se pode dizer que o ex-presidente é honesto.
"O Ciro Gomes me conhece mais do que eu conheço ele. O Ciro Gomes precisa assumir a responsabilidade [...] ele não pode falar as meninices que ele achava engraçado quando era jovem. Se ele quer ser presidente desse país, ele tem que aprender a respeitar as pessoas [...] ele primeiro tem que se reeducar, porque se ele continuar com essas grosserias, ele não vai ter apoio da esquerda, não vai ter a confiança da direita [...] Ele tem que aprender que humildade não faz mal a ninguém."