Contrato de compra da vacina Covaxin é suspenso pelo Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde suspendeu o contrato de compra da vacina indiana Covaxin, após a rodada de polêmicas envolvendo a negociação, intermediada pela farmacêutica brasileira Precisa Medicamentos.
Em coletiva de imprensa na última terça-feira (29), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "não é mais oportuno importar as vacinas neste momento", seguido pelo ministro-chefe da Controladoria-geral da União (CGU), Wagner Rosário, que garantiu a continuidade nas investigações do processo de compra, que teria envolvido solicitações de propina.
"A gente suspendeu por uma medida simplesmente preventiva, visto que existem denúncias que não conseguiu ser bem explicada pelo denunciante, então abrimos uma investigação preliminar na semana passada, uma auditoria específica em relação ao contrato, e o tempo de suspensão vai durar tão somente o tempo de apuração. Botamos uma equipe reforçada para a apuração, esperamos ser bastante célere nesse processo, e esperamos em não mais de 10 dias já ter uma resposta dessa análise", garantiu Wagner Rosário.
Cerca de 20 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Bharat Biotech foram previstas para importação após a assinatura do contrato pelo Brasil em fevereiro deste ano, mas os imunizantes nunca foram enviados, pois a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou os pedidos de importação, com base na análise dos critérios técnicos do composto.
A grande polêmica em torno da aquisição da vacina Covaxin foi gerada após o depoimento do servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda, na CPI da Covid, em que afirmou ter sofrido múltiplas pressões para garantir a aceleração da importação do imunizante indiano.
A suspensão do contrato de compra da Covaxin segue um documento da CGU em que são apresentados alguns indícios de irregularidades na negociação, incluindo "processo de contratação de valor vultuoso sob o qual pairam suspeitas de possível ocorrência de irregularidades".