Final de Better Call Saul será trágico; Veja as teorias do novo trailer

A tortuosa espera pelo retorno de Better Call Saul às grades da AMC e Netflix está finalmente acabando, e o trailer divulgado nesta quinta-feira (7) adianta alguns detalhes através de cores, cenários quase antológicos para os fãs, uma frase de efeito do protagonista e as mensagens indiretas contidas na trilha sonora, desta vez embalada pela clássica A Little Bit Of Rain, de Fred Neil. As teorias estão fervilhando, e não há dúvidas de que o final da série será trágico. 

Os criadores Vince Gilligan e Peter Gould não têm o costume de mostrar muitos detalhes na divulgação, e nem estão preocupados com isso, afinal o melhor sempre fica guardado para os cada vez mais brilhantes episódios da série que, apesar de voltar no tempo para narrar a evolução de Jimmy McGill (Bob Odenkirk) até se tornar o advogado vigarista Saul Goodman, deve encerrar sua viagem no tempo antes do último ou penúltimo episódio para mostrar o que, de fato, acontecerá com o personagem após o caos instaurado por Walter White (Bryan Cranston) em Breaking Bad. 

A prova disso esteve presente desde o primeiro episódio da primeira temporada de Better Call Saul, com as inserções em preto e branco do gerente de um Cinnabon qualquer que ainda guarda um pequeno acervo de seus antigos comerciais, assistindo ao seu famoso bordão "Better Call Saul" sempre que precisa se relembrar daquilo que perdeu repentinamente. Jimmy não é mais Jimmy, nem Saul, e sim Gene Takavic, que assumiu uma postura depressiva condizente com a coloração utilizada por Gilligan para separar o passado do presente.

E que presente o cineasta nos entrega ao exibir cenas em plano aberto de algumas das principais locações do universo Breaking Bad, mesclando os dois tempos em uníssono com o preto e branco, até encerrar o trailer com a retomada das cores e a aparição de Saul Goodman em sua luxuosa e exagerada mansão, acompanhado de sua própria voz em off, dizendo: "Que a justiça seja feita até que os céus caiam". Sim, esta é a mesma frase disparada por Chuck no episódio "Chicanery", da terceira temporada, antes de ter sua carreira afundada em definitivo pelo próprio irmão. Seria o presságio de mais uma tragédia?

Voltando à música A Little Bit Of Rain, a voz imponente de Fred Neil sugere "deixar você" e "lembrar dos bons tempos", dividindo-se entre os "dias quentes cheios de sol" "e um pouco de chuva" para referir-se a uma grande perda e entoar os estáticos takes da fachada e interior do escritório de Saul, do estacionamento e salão do Los Pollos Hermanos, do apartamento onde Jimmy morou com Kim Wexler (Rhea Seehorn), do tribunal onde o protagonista cansou de passar sufoco durante sua fase menos reconhecida, do emblemático Motel Crossroads, apelidado por Hank Schrader (Dean Norris) como o "Palácio do Cristal", além do caríssimo buraco embaixo de uma lavanderia, que viria a se tornar o laboratório mais lucrativo do Novo México.

Tudo isso em preto e branco, e não por acaso, pois tudo chegará ao fim, exatamente como o público conheceu em Breaking Bad, mas desta vez com as explicações paralelas que talvez não coubessem entre as falcatruas de White, e com o avanço de tempo necessário para mostrar ao público como Gene lidará com o fato de ter sido reconhecido como Goodman em seu novo lar, se é que pode-se chamar assim. 

Jimmy McGill trafegou mais perto do sol do que deveria, e a essa altura do campeonato, as principais dúvidas giram em torno das conclusões para os dois períodos retratados ao longo das seis temporadas de Better Call Saul. De um lado, muitos querem saber o que acontece com Kim, e outra parcela está ansiosa para descobrir o desfecho de Saul a bordo de sua nova identidade. As teorias são vastas, mas lembre-se: Com Vince Gilligan e Peter Gould, o óbvio nunca é opção.