Manifestantes voltam a protestar contra aumento de passagens no Rio de Janeiro
Na primeira manifestação promovida no Rio de Janeiro após a identificação do suspeito de lançar o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes, Santiago Andrade, cerca de 700 pessoas seguiram nesta quinta-feira, (13), em passeata da Candelária até as imediações da sede administrativa da prefeitura, no centro da capital Fluminense.
Ativistas ridicularizaram a denúncia de quem participa de atos violentos receberia cachê e praticamente ignoraram a morte de Santiago Andrade. O cinegrafista só foi lembrado quando os manifestantes passavam pela praça onde ele foi atingido pelo rojão, o grupo permaneceu em silêncio por aproximadamente um minuto, e a homenagem foi estendida tanto a ele como às "dezenas de pessoas assassinadas e feridas pela Polícia Militar durante as manifestações".
Durante o restante do percurso, o grito mais frequente que os manifestantes diziam era "Cadê o Amarildo", uma referência ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, morto por policiais da UPP da Rocinha em julho do ano passado, segundo a Polícia Civil, O único coro que rivalizava com o episódio de Amarildo era "Ê, ê, ê, cadê o meu cachê", menção aos R$ 150 que seriam pagos aos manifestantes, segundo depoimento de Caio Silva de Souza, preso na terça-feira (11), a mesma pergunta podia ser lida em diversos cartazes exibidos por manifestantes.
Muitos ativistas também portavam bandeiras de vários partidos políticos, como o PSTU e o PSOL e PCB, e de movimentos sociais como a “Frente Independente Popular” (FIP) e a “Frente Internacionalista dos Sem Teto” (Fist), mas em grande maioria das bandeiras era do PSTU.
Apesar das constantes provocações dos manifestantes aos policiais que acompanhavam a caminhada bem ao lado, não houve nenhum incidente até as 20h45, quando o grupo já estava parado em frente à prefeitura, os poucos manifestantes que se dispuseram a conversar com a imprensa repetiam que a culpa pela morte do Santiago Andrade foi da polícia, que teria iniciado o confronto contra os manifestantes durante o qual o rojão que atingiu o cinegrafista foi disparado.