ONU declara que Coronavírus é o "maior desafio desde a Segunda Guerra"
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou ontem (31) que a pandemia é “o maior desafio desde a Segunda Guerra” para o mundo, pois poderá levar a uma recessão inédita nos últimos 75 anos, desde o fim da guerra. O responsável pelo comunicado foi o atual Secretário-Geral, o português Antonio Guterres.
De acordo com o Guterres, o novo coronavírus está causando um impacto econômico "sem precedentes" colocando em risco a paz mundial. O comunicado foi feito durante o lançamento de iniciativas dos principais organismos internacionais para combater os efeitos da pandemia. Este tipo de ação coordenada entre os organismos é algo inédito desde suas formações.
Os dados divulgados são preocupantes, já que algumas projeções indicam que mundialmente teremos cerca de 1 milhão de casos confirmados até o fim desta semana. A instabilidade já existente, como graves conflitos e problemas econômicos, pode se agravar ainda mais na percepção de Guterres, chamando a responsabilidade de coordenação entre as nações para a ONU a fim de que a estabilidade econômica, social e política se mantenham.
Os impactos socioeconômicos do novo coronavírus estão sendo estudados pela entidade, levando em consideração principalmente o alto índice de pobreza que esta crise pode gerar. De acordo com o Banco Mundial, 11 milhões de pessoas poderão estar classificadas abaixo da linha da miséria somente na Ásia.
A Secretaria-Geral das Nações Unidas preparou o relatório “Responsabilidade compartilhada, solidariedade global: a resposta socioeconômica aos impactos da Covid-19”, requisitando uma resposta multilateral, coordenada e ampla de pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
Ao mesmo tempo, o Secretário lamentou que vários países não estão seguindo as diretrizes recomendadas pela OMS para o combate ao COVID-19. Em sua fala sobre as soluções encontradas pelo Conselho de Segurança e G20, Guterres disse: "Estamos longe de ter um pacote global para ajudar o mundo em desenvolvimento a criar condições tanto para suprimir a doença como para enfrentar as consequências dramáticas em suas populações, nas pessoas que perderam seus empregos, nas pequenas empresas que estão operando e correm o risco de desaparecer, naquelas que vivem com a economia informal que agora não têm nenhuma chance de sobreviver”. Vale lembrar que, recentemente, o presidente Jair Bolsonaro distorceu a fala do Diretor da Organização Mundial da Saúde sobre o isolamento social, chamando a sociedade à voltar para as ruas.
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