Bolsonaro resume indicação de amigo da família à PF: "E daí?"
Intrigas políticas têm sido, pelo visto, a principal meta do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia do novo coronavírus. Após demitir Luiz Henrique Mandetta do cargo principal do Ministério da Saúde, chegou a vez de borbulhar desavenças no Ministério da Justiça, que perdeu a chefia de Sergio Moro após exoneração de Maurício Valeixo da Polícia Federal.
Entre os nomes cotados para a direção-geral da PF, o que já está a meio caminho de ser oficializado é o de Alexandre Ramagem, reconhecidamente próximo à família Bolsonaro, sobretudo de um dos filhos, Carlos, com quem o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) aparece em foto descontraída em festa de ano novo, na virada de 2018 para 2019, época em que a presidência da república mudou para a posse atual.
No Facebook, Bolsonaro rebateu o comentário de uma internauta que apontava a amizade de Ramagem com seus filhos: "E daí? Antes de conhecer meus filhos, eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?", disparou o presidente, debochando do comentário da internautas e reforçando a seletividade controversa em suas escolhas, que continuam conturbando o país no momento menos ideal possível.
“E daí?”, diz Bolsonaro no Facebook, sobre amizade do potencial diretor da PF com seus filhos. Aliás, com the “hole” family.“Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?”De quem não é alvo de investigações. pic.twitter.com/Zn3yGyiN2R
— Felipe Moura Brasil (@FMouraBrasil) April 26, 2020
Ramagem é delegado da Polícia Federal e chegou a comandar as divisões de Administração de Recursos Humanos e de Estudos, Legislações e Pareceres, além de ter atuado na área de coordenação de eventos, a exemplo da Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 e a conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente.
A relação política com Bolsonaro iniciou em 2018, quando o diretor da Abin comandou a segurança do então candidato à presidência após o atentado em Juiz de Fora (MG) em que o atual presidente foi esfaqueado. Até o momento, não existem informações concretas sobre quem substituirá Sergio Moro no Ministério da Justiça.