Com medo de ataques, Moro diz que apresentará provas contra Bolsonaro

Moro tema pela segurança de sua esposa, que tem sido atacada constantemente.
Moro tema pela segurança de sua esposa, que tem sido atacada constantemente.
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

Ontem (30) o ministro do STF, Celso de Mello, alterou o prazo para o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro ser ouvido pela Polícia Federal em relação as acusações feitas por ele ao presidente Jair Bolsonaro. O prazo agora é de até 5 dias, com isso Moro já sinalizou estar reunindo provas para preparar sua argumentação.

O ex-ministro será ouvido para dar continuidade ou não ao processo, caso não consiga comprovar suas acusações, poderá responder judicialmente por elas. O prazo anterior era de 60 dias, mas foi alterado a pedido de parlamentares pela gravidade do caso de envolver o atual presidente.

A saída de Sérgio Moro do governo se deu em meio ao caos da pandemia do novo coronavírus e da saída do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O caos na saúde e na economia do país estremeceram também a já fragilizada base política de Bolsonaro, que tentou aproveitar o momento para fazer uma mudança de seu grado na Polícia Federal, à revelia de Moro.

O ex-juiz ficou insatisfeito com a medida e anunciou a sua saída em meio a uma coletiva, mas que mais parecia uma delação premiada. As acusações caíram como uma bomba sobre o governo e base aliada, além claro dos apoiadores bolsonaristas devotos. Moro já concedeu previamente algumas provas ao Jornal Nacional, e está sendo constantemente atacado por seguidores de Bolsonaro.

Em entrevista à Revista Veja, Sérgio Moro diz que sente medo de sofrer um atentado e que sua esposa está sofrendo retaliações, com dossiês e acusações falsas. Moro disse: "Certamente [tenho medo]. Sigo tendo a proteção da Polícia Federal (PF). Não gosto de falar muito nesse assunto. Isso é algo que assusta pessoas próximas a mim”.

Apesar da situação delicada, o ex-ministro disse que não quis ser “algoz” de Bolsonaro na presidência, mas sim o que fez foi sua obrigação ao sair do cargo e explicar os motivos que o levaram a esta decisão. Além disso, durante o passar do tempo no governo, notou que o combate à corrupção não era uma prioridade.

Ainda durante a entrevista, Moro também acusou o procurador-geral da República, Augusto Aras, de intimidação por colocá-lo como investigado no inquérito das acusações que fez contra o presidente.

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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