Sérgio Moro reúne provas e Bolsonaro dispara: “Judas”

O depoimento deve iniciar no fim da manhã de sábado (2)
O depoimento deve iniciar no fim da manhã de sábado (2)
Bruna Pinheiro
Por Bruna Pinheiro

Neste sábado (2) o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, irá depor sobre as suas acusações contra o presidente Jair Bolsonaro. As declarações polêmicas de Moro sobre o presidente interferir politicamente na Polícia Federal foram feitas no dia de sua saída da pasta do governo. Após decisão de Celso de Mello de redução do prazo para ser ouvido pela PF na investigação, Sérgio Moro reuniu para apresentar hoje as provas.

De acordo com a coluna de Guilherme Amado à Época, o ex-juiz teria reunido um “histórico de desavenças” com o presidente no aplicativo de mensagens WhastApp. Ainda segundo a coluna, são cerca de 15 meses de conversas entre os dois relatando casos de combate à corrupção e desentendimentos sobre o comando da PF.

O histórico de conversas está gravado no período anterior e posterior ao ataque de hackers sofrido pelo ex-ministro, que, na época, teve conversas com o jurista Deltan Dallagnol e outros envolvidos na Missão Lava-Jato divulgadas, mostrando a ingerência de Moro nas investigações e possível interferência direta na condução do caso para a condenação do ex-presidente Lula. O caso ficou conhecido como Vaza-Jato.

Moro deve ser ouvido na Superintendência da PF em Curitiba por dois delegados do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq). A oitiva do ex-ministro também deve contar com a participação de três procuradores designados pelo procurador-geral da República Augusto Aras. Vale ressaltar que após a sua saída do ministério e o início das investigações, Moro acusou Aras de intimidação ao colocá-lo como investigado no caso e reforçou as acusações em sua entrevista à Revista Veja.

Do outro lado, o acusado, o presidente Jair Bolsonaro, falou nesta manhã sobre todo este caso, chegando a chamar Moro de “Judas”, por sua traição ao presidente e ao governo. Além disso, insinuou também que o seu ex-ministro pode ter interferido no inquérito contra Adélio Bispo, em relação ao atentado que o presidente sofreu no período eleitoral.

Em suas redes sociais, o presidente compartilhou um vídeo sobre o caso Adélio Bispo e disse: "Os mandantes estão em Brasília? O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?".

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Bruna Pinheiro
Bruna PinheiroInternacionalista. Escrevo hoje sobre política, economia, filmes e séries. Adoro viajar e comer (não necessariamente nessa ordem). Segue lá @bpinheiro1
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