Em vídeo didático, Débora Aladim repudia normalidade pregada pelo MEC no Enem 2020
"O Brasil não pode parar", é o que o governo tem dito nas propagandas veiculadas durante a pandemia da Covid-19, e apesar do conhecimento óbvio sobre as dificuldades enfrentadas por uma grandiosa parcela da população, com escolas fechadas e acesso à internet de banda larga restrito a uma parcela privilegiada, o Ministério da Educação (MEC) fez questão de ignorar as disparidades sociais entre indivíduos e decidiu manter o calendário original do Enem 2020, incentivando os estudantes a encontrarem uma forma de se preparar para o exame, que atingiu proporções desastrosas sob comando do ministro da Educação, Abraham Weintraub, discípulo das falcatruas bolsonaristas e dono das desculpas mais randômicas possíveis a cada tropeço desempenhado a bordo de sua função.
Nas redes sociais, a revolta contra a propaganda do Enem é evidente entre quem se permite pensar, restando aos fiéis apoiadores do governo Bolsonaro uma chuva de elogios cegos a cada passo do presidente e seus "políticos de bolso", mas coube à youtuber Débora Aladim explicar os detalhes por trás das decisões controversas tomadas pelo MEC em meio à pandemia. Em vídeo de pouco mais de 13 minutos, a mineira que fornece vídeo-aulas de história e dicas para o Enem em seu canal separou alguns pontos cruciais para compreensão do que está acontecendo e rapidamente entrou na lista de assuntos do momento nas redes sociais, como símbolo da briga dos estudantes contra a campanha veiculada pelo governo.
Em determinado momento, Débora citou uma entrevista recente do presidente do Inep, Alexandre Lopes, em que foi questionado sobre as medidas sanitárias para viabilizar a manutenção da data do Enem 2020. "Qualquer regra sanitária que venha a ser decidida pelo Ministério da Saúde, nós vamos acatar, evidentemente. Agora, essa é uma coisa que nós temos que ver em novembro. Quando chegar lá, a gente vê isso", disse Lopes em abril.
Em outro momento do vídeo, a youtuber reclama da propaganda em que uma jovem pede para os alunos estudarem de onde estiverem, de qualquer forma. "Que professores? Que internet? Que livros? Que forma diferente de estudar? A última pesquisa feita pelo IBGE mostrou que apenas 67% das casas brasileiras têm internet", disparou Débora, reforçando o fato de que os argumentos favoráveis à utilização da internet como fonte de conhecimento são facilmente quebrados a partir do momento que uma grande parcela da população sequer tem acesso à internet. Confira o vídeo completo: