Governo admite que usou assinatura de Moro na exoneração de Valeixo sem autorização
O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro disse em sua saída da pasta que a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de Diretor-geral da Polícia Federal não havia sido assinada por ele, mas que mesmo assim o documento foi assinado e publicado por parte do governo, sem seu conhecimento.
A exoneração de Valeixo foi publicada no "Diário Oficial", no dia 24 de abril, o nome de Moro e o do presidente Jair Bolsonaro apareceram como responsáveis pelo ato. Ontem (24) o ex-juiz cedeu entrevista ao Fantástico, após o vídeo divulgado pelo STF que Moro citou como prova de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal para blindar sua família.
Agora, em meio a investigação, Secretaria-Geral explicou que publicou no "Diário Oficial" o nome do ministro responsável como medida de "praxe" do governo, e que, posteriormente, a assinatura física é colhida. Ainda, informou que não houve "qualquer objetivo deliberado" na tentativa de se fazer parecer que o ato havia sido assinado por Moro e que "Ao contrário, a área técnica apenas seguiu a praxe".
Nas redes sociais, a parlamentar e biógrafa de Sérgio Moro, Joice Hasselmann, repercutiu o caso:
Secretaria-Geral da Presidência admitiu, em ofício enviado à PF, que @SF_Moro não assinou o decreto de exoneração de Valeixo.O Palácio diz q é praxe coletar a assinatura APÓS a publicação.🤔Já q @SF_Moro era contra a demissão...não seria , então,falsidade ideológica?
— Joice Hasselmann ANTI BOLSOLULA🇧🇷 (@joicehasselmann) May 25, 2020
Sérgio Moro também comentou o ocorrido em suas redes sociais, reforçando que a nota da Secretaria-Geral da Presidência corrobora com suas acusações.
Sobre verdades inconvenientes: Interferência em órgãos de controle, falta de apoio à agenda de aprovação de medidas anticorrupção e alianças políticas duvidosas. https://t.co/xejeQ3JCiP
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 25, 2020