Governo cancela cerimônia de posse de Decotelli após fraudes em currículo
Estava programado para esta terça-feira (30) a cerimônia de posse do novo Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, mas após a série de revelações de incoerências em seu currículo, o ato foi cancelado. Segundo apuração do jornal Folha de São Paulo, o governo está avaliando se manterá Decotelli no cargo, que já teve sua nomeação publicada no Diário Oficial.
O governo anunciou no último dia 25 que o novo ministro assumiria a pasta da educação, informando através das redes sociais do presidente, que Decotelli era "bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina e Pós-Doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha". Entretanto, logo após o anúncio, várias denúncias foram feitas negando tal formação.
Primeiro, o reitor da Universidade Nacional de Rosário, Franco Bartolacci, disse que Decotelli não conclui o doutorado: "Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar". O ex-professor inicialmente tentou rebater a declaração do reitor, mostrando um certificado de conclusão de disciplinas, mas não respondeu se defendeu sua tese. Seu currículo lattes foi atualizado para "Sem defesa de tese".
Em seguida, no sábado (27), o economista Thomas Conti colocou a dissertação de mestrado de Decotelli sob suspeita de cópia/plágio. E a FGV segue apurando a suspeita.
Por fim, a universidade em que teria cursado o pós-doutorado na Alemanha, A Universidade de Wuppertal informou nesta segunda-feira (29) que novo ministro não obteve o título de pós-doutorado na instituição, como também constava no currículo. Seu currículo da plataforma Lattes foi alterado novamente e com a informação deletada.
Carlos Alberto Decotelli foi uma indicação da ala militar do governo, já que o mesmo é oficial da reserva da Marinha, na tentativa de minimizar as ações da ala ideológica. O novo ministro perdeu o apoio tanto do grupo de militares da alta cúpula quanto de professores da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o vexame, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que não há data para a posse e que não a mesma não se encontrava em programação.