Lava Jato: Demissão coletiva em SP aponta negligências na operação
A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo perdeu sete procuradores da república na última quarta-feira (2), após pedido de demissão coletiva enviado ao procurador-geral Augusto Aras. A principal reclamação gira em torno da suposta má atuação de de Viviane de Oliveira Martinez, procuradora natural do 5º ofício que assumiu as atividades em março deste ano.
De acordo com a justificativa contida no documento oficial enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), Viviane "não teve qualquer iniciativa no sentido de chamar reuniões para compreender quais as linhas de investigação que vinham sendo conduzidas, de trabalhar no gabinete em que os demais integrantes da Força-Tarefa trabalham (e que conta com computador e mesa para tanto), e chegou mesmo a retirar parte da estrutura de servidores que existia, à época de sua antecessora, para auxiliar nos trabalhos da Lava Jato".
Os demissionários também alegam que a procuradora natural sequer participava das reuniões com colaboradores e advogados, além de não ter comparecido em nenhuma audiência judicial da força-tarefa.
Um dia antes do pedido de demissão coletiva, Deltan Dallagnol anunciou a saída da coordenação da Operação Lava Jato em Curitiba. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele afirma que dedicaria maior parte do tempo à filha de um ano e 10 meses, que começou a apresentar sinais de regressão no desenvolvimento. "Depois de anos de dedicação intensa à Lava Jato, eu acredito que agora é hora de me dedicar de modo especial pra minha família", disse Dallagnol na última terça-feira (1º).